"Por que o justo mesmo estando sobre a
proteção de Deus sofre tribulação?"
O que devemos analisar de imediato é que a lei
da semeadura e da colheita está em pleno vigor.
A Palavra de Deus preceitua que tudo quanto o
homem semear, isso também ceifará. Não raro, sofremos apenas a consequência de
nossa imperícia.
Todavia, existem casos que desafiam e anulam
essa justificativa. Então, surgem as perguntas:
"Por que sofre o justo?";
"Por que o cristão, protegido pelo amor de
Deus, padece tribulações?";
"Por que o ímpio, que amaldiçoa e
escarnece da divindade parece vencer e prosperar em todas as coisas?;
"Como explicar que alguém no vértice de
sua comunhão, com Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo, se veja de
repente soterrado pela adversidade, pela tragédia e pela
destruição?"
Estas perguntas não são novas. Foram sempre a
arma maliciosa e cruel que os céticos e materialistas usaram, e ainda usam,
para ridicularizar e pôr em dúvida a confiança e a firmeza dos fiéis, ao se
encontrarem falidos e desamparados.
Estas perguntas têm sido um dilema insolúvel
até mesmo para os religiosos mais sinceros de todos os tempos. Nos dias de
Jesus, após a realização de uma cura, indagaram-lhe os seus discípulos: "Mestre quem pecou para que este homem
nascesse cego, ele ou seus pais?"
Ainda hoje prevalecem essas conjecturas.
"Sofremos porque nossos pais pecaram" - dizem uns. "Sofremos -
argumentam outros - porque nós mesmos pecamos em tempos remotos; pagamos
dívidas antigas, a fim de evoluirmos espiritualmente."
Pergunta-se então ao próprio Cristo: "Terá
o sofrimento caráter tão-somente negativo?"
Eis a resposta do Mestre Divino: "Nem ele nem seus pais pecaram, mas isso
aconteceu para que se revelasse a glória de Deus". E para que coisa
mais positiva do que revelar-se a glória de Deus entre os homens?
O grande enigma do sofrimento dos justos é nos
impossível decifrar.
A par destas difíceis perguntas, há ainda quebra-cabeças como "Por que o Céu, sendo um lugar onde não entra pecado,
foi justamente o berço da iniquidade, com a rebelião de Lúcifer?", ou
dilemas semelhantes a "Como podia Deus ser eterno, em termos absolutos e
ao mesmo tempo deixar-se subjugar pela morte no Calvário?", ou ainda,
"Como Deus, sendo um Deus de amor, permite um filho seu morrer incinerado
num desastre aéreo, em plena viagem missionária?", são segredos que talvez
nunca conseguiremos perscrutar nesta vida.
Entretanto, como a questão do sofrimento dos
justos afeta decididamente o nosso dia adia, Rogamos a Deus que, pelo poder do
seu Espírito Santo, rasgue novas perspectivas e descortine novos horizontes na
compreensão e no entendimento do amigo leitor, a fim de que vislumbre, bem mais
e melhor, as razões por que Deus permite a provação.
De fato, temos de convir, quer queiramos ou
não, que Deus não procede, em geral, e também neste caso, como nós gostaríamos que Ele agisse. Não é assim no mundo material, nem no espiritual. Os terremotos e os tufões não são os seus meios ordinários, mas extraordinários.
A razão por que Deus permite certas coisas,
encontra-se além das nossas conjeturas. Contudo, poderemos estudar suas obras
na natureza, e acharemos que concordam com as obras da sua providência: Mt
6.25-32. "Deus tem a eternidade perante si", diz santo
Agostinho, e "pode esperar". O seu tempo não é limitado como o do
homem, que, se tem alguma coisa a fazer, quer fazê-lo logo, pois a noite vem.
Porém, não é assim com Deus: Ele opera, em nosso pensar, deliberada, segura e
irresistivelmente.
Não devemos contar os anos de Deus como
contaríamos os poucos dias a nós reservados: "Não retarda o Senhor a
sua promessa como alguns entendem". O nosso fraco alcance, a
profundidade do infinito e a sua extensão, lembram que os juízos de Deus são
muito profundos. Aprendamos, portanto, que quando Deus trabalha, ninguém pode
impedir; contudo, Ele trabalha como o eterno Deus: Jo 13.7.
Extraído do Livro a bíblia responde - Casa
Publicadora das Assembléias de Deus – CPAD / Por Litrazini
Graça e
Paz
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