Bem aventurados os pobres em espírito,
pois deles é o Reino dos céus. [Mateus 5.3]
Precisamos
começar com três negativas.
Primeiro, Jesus não está nos
encorajando a sermos seletivos, por exemplo, chamando alguns para serem humildes e
outros para serem misericordiosos. Todas as oito bem aventuranças, assim como
os nove frutos do Espírito, devem caracterizar os seguidores de Cristo.
Segundo, Jesus não está
prescrevendo uma fórmula de saúde mental. Na verdade, makarios (“abençoado”) pode
significar “feliz”, mas Jesus não está fazendo um juízo subjetivo (aquilo que
sentimos), mas objetivo (aquilo que Deus pensa).
Terceiro, Jesus não está
pregando salvação através de boas obras, mas ensinando como aqueles que já
renasceram pelo Espírito se comportarão.
Os
pobres em espírito são aqueles que reconhecem que estão espiritualmente
falidos. Sua fala é: “Nada em minha mão eu trago, simplesmente à tua cruz me
apego”. Os que se encontram de luto aparecem em seguida. Não é a perda de um
ente querido que eles choram, mas a perda de sua integridade e respeito
próprio. Eles são consolados pelo perdão de Deus.
Os
humildes (assim sugere o contexto) estão dispostos a que outros pensem deles
aquilo que dizem que são. Na escala seguinte estão os que se acham famintos e
sedentos por justiça. Um apetite espiritual aguçado marca o povo de Deus.
Se as quatro primeiras
bem-aventuranças dizem respeito ao nosso relacionamento com Deus, as outras
quatro se referem à nossa relação com as pessoas.
Uma
vez que Deus é um Deus misericordioso, seu povo deve ser assim também. Devemos
amar e servir qualquer um que esteja necessitado, como nos ensinou o bom
samaritano na semana passada.
As
próximas pessoas a serem abençoadas são as puras de coração, ou seja, as coerentes,
sinceras, transparentes.
Os
cristãos também devem ser pacificadores. Eles então serão chamados filhos de
Deus, já que seu Pai é o supremo pacificador que pagou, através da morte de seu
Filho, um alto preço para ter paz conosco (Cl 1.20).
A oitava bem-aventurança pronuncia uma bênção
sobre aqueles que são perseguidos por causa da justiça. A perseguição a
cristãos está aumentando em várias culturas hoje. Trata-se de um aspecto de
nosso chamado cristão, como Jesus ensinou, e nos coloca em uma nobre sucessão,
uma vez que os profetas foram perseguidos antes de nós.
Desse
modo, a contracultura de Jesus Cristo está em oposição às culturas do mundo,
pois Jesus parabeniza aqueles que o mundo considera pobres coitados, e chama os
rejeitados do mundo de abençoados.
E Jesus, vendo a
multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus
discípulos;E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:Bem-aventurados os
pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;Bem-aventurados os que
choram, porque eles serão consolados;Bem-aventurados os mansos, porque eles
herdarão a terra;Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles
serão fartos;Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;Bem-aventurados os
limpos de coração, porque eles verão a Deus;Bem-aventurados os pacificadores,
porque eles serão chamados filhos de Deus;Bem-aventurados os que sofrem perseguição
por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;Bem-aventurados sois vós,
quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós
por minha causa.Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos
céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.(Mt.5.1-12)
Retirado de A
Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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