Portanto, irmãos, temos plena confiança
[...] aproximemo-nos de Deus [...] Apeguemo-nos com firmeza à esperança que
professamos [...] consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e
às boas obras. [Hebreus
10.19, 22-24]
Esta
tríplice exortação está em sintonia com o esquema e o ministério do templo. O
templo era dividido em dois setores ou salas, sendo que o menor e mais isolado
era o lugar chamado de Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo. Era ali que a
glória shekinah, símbolo da presença de Deus, se manifestava. Uma cortina
grossa (o “véu”) separava as duas salas e barrava a entrada ao Santo dos
Santos.
O acesso ao Lugar Santíssimo era estritamente proibido, exceto para uma
única pessoa (o sumo sacerdote) em uma ocasião específica (o Dia da Expiação)
sob determinada condição (que levasse consigo o sangue de um sacrifício).
O autor de Hebreus parte do pressuposto que seus leitores conhecem todas
essas coisas e entendem que elas se cumpriram no sumo sacerdócio e no
sacrifício de Jesus. O
acesso através do véu à presença de Deus estava agora aberto a todos os
crentes. Assim, ele diz:
1.“APROXIMEMO-NOS
DE DEUS” (V. 22) com um coração sincero e com plena convicção de fé,
tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e
tendo os nossos corpos lavados com água pura. Esse acesso contínuo a Deus é o maior de
todos os privilégios.
2.
“APEGUEMO-NOS COM FIRMEZA À ESPERANÇA QUE PROFESSAMOS” (V. 23). A esperança
cristã (que é a expectativa confiante) se concentra na vinda de Cristo e na
glória vindoura.
Porém, como podemos permanecer firmes nessa esperança quando tantos, até
mesmo dentro da igreja, desistiram?
Só há uma maneira: confiando que “aquele
que prometeu é fiel” (v. 23). O Senhor Jesus prometeu que viria com poder e grande
glória, e ele cumpre suas promessas.
3.
“CONSIDEREMOS UNS AOS OUTROS PARA NOS INCENTIVARMOS AO AMOR E ÀS BOAS OBRAS”
(V. 24). O autor
coloca claramente que seus leitores estavam deixando de se reunir. Para os
cristãos, a mutualidade (a atitude de desafiar e encorajar uns aos outros)
depende da regularidade nos encontros.
Estas são as características da vida cristã que somos exortados a viver:
BUSCAR A DEUS
PELA FÉ, ESPERAR POR CRISTO COM ESPERANÇA, E ENCORAJAR UNS AOS OUTROS EM AMOR.
Trata-se do
conhecido trio que une a fé, a esperança e o amor.
Tendo, pois,
irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e
vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, E tendo
um grande sacerdote sobre a casa de Deus, Cheguemo-nos com verdadeiro coração,
em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o
corpo lavado com água limpa,
Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.
E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras, Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes
admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai
aproximando aquele dia. (Hb 10.19-25)
Retirado
de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
Por Litrazini
Graça
e Paz
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