A Escritura é enfática em dizer que não podemos separar o culto que
prestamos a Deus dos bens que possuímos, pois onde estiver o nosso tesouro, aí
também estará o nosso coração.
Quando o povo de Israel estava para sair do Egito, Faraó fez quatro
propostas a Moisés para reter o povo no cativeiro. Essas propostas eram indecentes.
Tinham como objetivo enganar o povo e mantê-lo na escravidão. Vamos
examiná-las:
EM
PRIMEIRO LUGAR, NÃO VÁ, FIQUE (Ex 8.25).
A escravidão é um símbolo do pecado, Faraó é um símbolo de Satanás e o
Egito é um símbolo do mundo. Faraó propôs a Moisés a continuar no Egito e a
levantar ali mesmo altares a Deus. A princípio parecia uma proposta simpática e acolhedora.
Mas, toda vantagem proposta por Satanás tem uma armadilha.
Ainda hoje, Satanás usa a mesma estratégia, induzindo as pessoas a
pensar que podem adorar a Deus sem sair da escravidão do pecado. Que podem entrar para a
igreja sem romper com os esquemas do mundo. Que podem colocar uma bela máscara
de santidade, sem mudar de vida. Que podem se tornar religiosas sem novo
nascimento.
Faraó propõe a religião da forma sem vida, do ritual sem conversão, da
aparência sem novo nascimento. Moisés
rechaçou peremptoriamente a sedutora proposta de Faraó e nós devemos, também,
rejeitar firmemente as insinuações do diabo. Não basta levantar altares a Deus.
Precisamos sair do Egito!
EM
SEGUNDO LUGAR, VÁ, MAS NÃO VÁ LONGE (Ex 8.28).
Faraó agora propõe o povo ir, mas não ir tão longe. Faraó que até então
castigava o povo com duros açoites e com trabalhos forçados, agora se
transforma em chefe de relações públicas. Quer relacionamento. Abre as portas
de seu império para o povo voltar sempre que sentir saudade. Quer manter os
vínculos. Não quer cortar as raízes. A ideia de Faraó é esta: Vá, mas não vá
tão longe. Vá, mas volte. Vá, mas não vá definitivamente.
Hoje, ainda, essa é uma proposta perigosa. O diabo além de acusador é também um
sedutor. Depois de afligir seus súditos, tenta atrai-los, mostrando as
vantagens do mundo. Oferece-lhes prazeres. Abre-lhes a porta da liberdade.
Convida-os a vir e desfrutar do melhor do Egito. A tese de Faraó aqui é que
você pode desfrutar o melhor dos dois mundos e viver com o coração dividido.
Moisés, porém, rechaça com veemência essa sedutora proposta. Quem foi liberto
da escravidão, não deve mais retroceder. A vida com Deus exige consagração
plena!
EM
TERCEIRO LUGAR, VÁ, MAS NEM TODOS (Ex 10.10,11).
Faraó propõe a Moisés levar o povo, mas deixar no Egito as crianças e os
jovens. Com
isso, está insinuando que o lugar para os jovens desfrutarem a vida é no Egito.
Que levantar altares a Deus é uma atividade para aqueles que já dobraram o cabo
da boa esperança e já se aproximam do cabo das tormentas. Faraó quer induzir
Moisés a pensar que o culto a Deus não tem atrativos para os jovens e que eles
devem ficar no Egito, onde os prazeres são mais vibrantes. Essa mentira de
Faraó traveste-se de muitas outras sedutoras propostas em nossos dias.
Muitos jovens abandonam as fileiras da fé para retrocederem aos prazeres
transitórios do pecado. Moisés,
com firmeza pétrea, resiste a proposta de Faraó e não abre mão das crianças nem
dos jovens. A família não pode estar dividida. Velhos, jovens e crianças,
todos, devem estar na presença de Deus, a serviço de Deus, pois o lugar dos
jovens desfrutarem a vida e encontrarem plenitude de alegria é na presença de
Deus.
EM
QUARTO LUGAR, VÁ, MAS DEIXE A GRANA (Ex 10.24,26).
Faraó ao ver esgotadas todas as suas sugestões, tentou sua última
cartada. Sugeriu
que Moisés fosse embora, mas deixasse para trás o rebanho. Os israelitas
serviriam a Deus, mas seus rebanhos ficariam no Egito. A reposta de Moisés é
corajosa e emblemática. Disse a Faraó que nem uma unha ficaria no Egito (Ex
10.26).
Muitos querem adorar a Deus, deixando seus bens no Egito. Querem servir a Deus sem
consagrar a ele seus bens. A Escritura é enfática em dizer que não podemos
separar o culto que prestamos a Deus dos bens que possuímos, pois onde estiver
o nosso tesouro, aí também estará o nosso coração.
Cuidado com as propostas de Faraó, elas são indecentes e muito
perigosas. Acautelemo-nos!
Hernandes Dias Lopes
Por Litrazini
Graça e Paz
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