Partes
de um sermão de Charles Haddon Spurgeon, traduzidas e adaptadas pelo Pr Silvio
Dutra.
“Também o Espírito ajuda as nossas
fraquezas: porque não sabemos o que devemos e o que havemos de pedir como
convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E
aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque é ele
intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” (Romanos 8.26,27)
O
apóstolo Paulo estava escrevendo para um povo em provação e aflição, e um de
seus objetivos era o de lembrá-los dos rios de conforto que estavam fluindo
próximos deles. Ele, antes de tudo despertou suas mentes puras por meio da
lembrança quanto à sua filiação, “pois” diz ele “os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de
Deus.”
Estavam,
portanto, sendo incentivados a participar de Cristo, o irmão mais velho, com
quem tinham /se tornado co-herdeiros, e eles foram exortados a sofrer com ele,
para que pudessem ser glorificados com ele.
Tudo
o que eles suportaram veio da mão do Pai, e isso deveria consolá-los. Mil
fontes de alegria são abertas nessa abençoada adoção. Bendito seja o Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos sido gerados na família da graça.
Quando
Paulo tinha aludido a esse assunto consolador ele se virou para a próxima base
de conforto, pela qual somos sustentados sob as presentes provações com
esperança. Há uma glória maravilhosa reservada para nós, e embora ainda não
possamos entrar nela, senão em harmonia com toda a criação, devemos continuar a
gemer, mas a própria esperança ministrará força para nós, e nos permitirá
suportar com paciência “essas aflições leves, que são, apenas por um momento.
“Isso
também é uma verdade cheia de refrigério sagrado: a esperança vê uma coroa reservada,
mansões que Jesus preparou para nós, e com a visão arrebatadora ela sustenta a
alma sob as tristezas da hora. A esperança é a grande âncora por cujo meio
enfrentamos a presente tempestade.
O
apóstolo, em seguida, apresenta uma terceira fonte de conforto, ou seja, a
permanência do Espírito Santo com o povo do Senhor. Ele usa a palavra “também”
para insinuar que, do mesmo modo como a esperança sustenta a alma, igualmente o
Espírito Santo nos fortalece sob a provação.
Esperança
operada espiritualmente em nossas faculdades espirituais, e assim o Espírito
Santo, de alguma maneira misteriosa, opera divinamente sobre as faculdades
recém-nascidas do crente, para que ele se mantenha firme sob suas fraquezas e
enfermidades. Em sua luz veremos a luz: Peço, portanto, que possamos ser
ajudados pelo Espírito enquanto nós consideramos suas operações misteriosas.
O
Espírito Santo nos ajuda a suportar a enfermidade do nosso corpo e da nossa
mente, ele nos ajuda a carregar a nossa cruz, seja dor física, ou depressão
mental, ou conflito espiritual, ou difamação, ou pobreza, ou a perseguição. Ele
ajuda a nossa fraqueza, e com um ajudante tão divinamente forte não precisamos
temer o resultado. A graça de Deus é suficiente para nós, sua força será
aperfeiçoada na fraqueza.
Penso,
queridos amigos, vocês todos admitirão, que se um homem pode orar, seu problema
é ao mesmo tempo aliviado. Quando sentimos que temos o poder de Deus e podemos
obter qualquer coisa que peçamos de suas mãos, então, nossas dificuldades
deixam de nos oprimir.
Lançamos
nosso fardo sobre o nosso Pai celestial e somos tomados de uma confiança
infantil, e ficamos muito contentes em suportar o que quer que sua santa
vontade possa fixar sobre nós. A oração é uma grande saída para o sofrimento.
Banhamos nossa ferida no unguento da oração, e a dor é abrandada e a febre é
removida.
Podemos
ser levados a tal perturbação de mente, e perplexida e de coração, que não
sabemos como orar. Vemos o propiciatório, e percebemos que Deus nos ouve: não
temos nenhuma dúvida sobre isso, pois sabemos que somos seus filhos prediletos,
e ainda assim mal sabemos o que pedir.
Caímos
em tal peso de espírito, e emaranhamento de pensamento, que o remédio da
oração, que temos sempre para ser infalível, parece ser tirado de nós. Aqui,
então, em cima da hora, como um socorro bem presente na hora da angústia, vem o
Espírito Santo. Ele se aproxima para nos ensinar a orar, e desta forma ele
ajuda a nossa fraqueza, alivia o nosso sofrimento, e nos permite suportar o
pesado fardo sem desmaiar sob a carga.
Se o
crente pode fazer qualquer coisa e tudo para Deus, então ele aprende a se
gloriar na fraqueza, e alegrar-se na tribulação, mas às vezes estamos em tal
confusão de espírito que não sabemos o que havemos de pedir como convém. Em
certa medida, através da nossa ignorância, nós nunca sabemos o que havemos de
pedir até que sejamos instruídos pelo Espírito de Deus.
Vindo
em nosso auxílio em nosso espanto ele nos instrui. Esta é uma de suas operações
frequentes sobre a mente do crente: “ele vos ensinará todas as coisas.” Ele nos
instrui quanto à nossa necessidade, e quais são as promessas de Deus, que se
referem a essa necessidade. Ele nos mostra onde estão nossas deficiências, o
que os nossos pecados são, e quais são as nossas necessidades, ele lança uma
luz sobre a nossa condição, e nos faz sentir profundamente nossa impotência,
pecaminosidade, e extrema pobreza, e, em seguida, ele lança a mesma luz sobre
as promessas da Palavra.
Sob
essa luz ele faz brilhar a promessa em toda a sua veracidade, certeza, doçura e
adequação, para que nós, pobres filhos trêmulos dos homens, ousemos tomar a
palavra em nossa boca, que veio pela primeira vez da boca de Deus, e depois vem
com ele como um argumento, para pleitearmos perante o trono da graça celestial.
Nossa vitória na oração encontra-se na reivindicação: “Senhor, faze como
disseste.”
Pr.
Silvio Dutra
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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