Seguramos
o fôlego enquanto ele desaparecia no túnel. Éramos cinco. Cinco meninos cheios
de alegria. Estávamos de férias (no verão) e resolvemos fazer alguma coisa no
terreno vago perto de casa. A terra daquela parte do Texas era um lugar ideal
para brincar.
Naquele
dia especial parecia-nos que a atenção do mundo inteira se concentrava naquele
túnel. Havíamos cavado um buraco de cerca de um metro de largura e um metro e
meio de profundidade que atravessava o terreno. Para dar-lhes a aparência de um
túnel, nós o cobrimos com placas de madeira compensada cobertas com uma camada
grossa de terra.
Camuflamos
a entrada e a saída com ramos de árvores e, pronto! Tínhamos um túnel,
subterrâneo, preparado para entreter toda a meninada da vizinhança enquanto
combatiam índios, escapavam de ser presos como escravos, e invadiam a
Normandia.
Aquele
era o dia do teste do túnel. Seria forte o bastante? Suficientemente largo?
Iria desmoronar? Será que era profundo demais? Comprido demais?
A
única maneira de descobrir tudo isso era arranjar um voluntário para
atravessá-lo pela primeira vez. (minha memória talvez falhe neste ponto, mas
penso que foi meu irmão que concordou em experimentar o túnel).
Que
momento de tensão! Nós cinco ali parados em nossas camisetas e calças jeans.
Dissemos
as últimas palavras de encorajamento. Demos tapinhas em suas costas.
(admirávamos o seu auto-sacrifício).
Ficamos
em silêncio enquanto ele se abaixou, firmando-se nas mãos e nos pés, e entrou
no túnel. Prendemos a respiração enquanto observávamos as solas de seus tênis
desaparecem na escuridão.
Ninguém
falou enquanto esperava. O único movimento era o pulsar de nossos jovens
corações, enquanto fixávamos os olhos na saída do túnel.
Finalmente,
depois de cada um de nós ter morrido praticamente mil vezes, a cabeça loura do
meu irmão apareceu do outro lado. Posso lembrar-me de seu polegar levantado em
triunfo enquanto escorregava para fora, gritando: "Não é difícil. Não se
preocupem!"
E
quem podia dizer o contrário diante do testemunho de vê-lo vivo em bem
disposto, pulando na saída do túnel? Todos entramos nele!
Existe
algo sobre um testemunho vivo que nos encoraja. Uma vez que vemos alguém saindo
dos túneis escuros da vida, compreendemos que nós também podemos vencer.
Será
que Jesus foi chamado de nosso pioneiro por isso? Teria sido essa uma das
razões que o fizeram consentir em entrar nas medonhas câmaras da morte? Deve
ter sido.
Suas
palavras, embora convincentes, não bastaram. Suas promessas, apesar de
verdadeiras, não conseguiram acalmar o medo do povo. Seus atos, até mesmo o de
ressuscitar Lázaro da morte, não convenceram a multidão de que a morte não
devia ser temida.
Aos
olhos da humanidade, a morte continuava sendo o véu negro que a separava da
alegria.
Não
havia vitória sobre este inimigo oculto. Seu odor de podridão invadia as
narinas de todos, convencendo-os de que a vida terminava de repente e não tinha
qualquer sentido.
Coube
ao Filho de Deus revelar a verdadeira natureza desta força. Na cruz ocorreu a
revelação. Cristo mostrou as cartas de Satanás cansado de ver a humanidade
iludida por um disfarce, ele entrou no túnel da morte para provar que havia uma
saída. Enquanto o mundo escurecia, a humanidade segurava sua respiração
Satanás
desferiu seu melhor golpe, mas não foi suficiente. Nem a escuridão do túnel do
inferno pôde vencer o Filho de Deus. Nem mesmo as suas câmaras conseguiram
fazê-lo parar. Legiões de demônios aos gritos nada puderam fazer contra o Leão
de Judá.
Cristo
saiu do túnel da morte, levantou a mão triunfante para o céu, e libertou a
todos do medo de morrer
Pr.
Max Lucado
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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