“Recomendo-vos,
pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia, para que a
recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que
de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo”. (Romanos 16.1-2 ACF)
Quando uma pessoa está buscando um novo
emprego no mercado de trabalho, geralmente ela leva um curriculum
vitae e apresenta referências comerciais a fim de certificar ao possível
empregador sobre o seu caráter e capacidade profissional.
No mundo antigo não era muito diferente, as
pessoas portavam cartas de apresentação ou recomendação. Estas cartas eram
conhecidas como sustatikai epistolai.
Paulo escreve uma sustatikai epistolai para
apresentar e recomendar Febe à Igreja em Roma. Febe procedia de Cencreia, que
era o porto de Corinto. O próprio nome “Febe” significa “radiante”,
“brilhante”.
Essa atitude de Paulo faz cair por terra o
pensamento de alguns que dizem que Paulo era machista. Este capítulo refuta a
ideia de que Paulo não gostava de ver mulheres trabalhando nas igrejas.
Na verdade, além de Febe, entre as pessoas
saudadas estão oito mulheres e Paulo comenta sobre essas mulheres:
Maria, v.6; Priscila, uma cooperadora, v.3;
Trifena e Trifosa, v.12; Pérside, v.12; A mãe de Rufo, v.13
E Júlia e Irmã de Nereu, v.15
Mas voltemos para Febe, o apóstolo dos
gentios e autor de quase metade do Novo Testamento, simplesmente pede aos
romanos que a recebam no Senhor, como convém aos santos e que a ajudem em tudo
que vier a precisar.
Paulo declara, porque tem sido protetora de
mim e de muitos. Tem sido coluna, base, referência.
Já li muitos artigos sobre Ester, Débora,
Rebeca, Maria, mas por que uma mulher chamou tanta a atenção do apóstolo Paulo,
a ponto de adjetivá-la de forma tão contundente?
Febe desempenhava um ministério de servir
na Igreja com excelência.
Tudo indica que Febe era diaconisa,
provavelmente oficial da igreja. Para ser diaconisa suas credenciais eram: deveria
ser respeitável, não maldizente, temperante e fiel em tudo, conforme Paulo
escreveu a Timóteo, capítulo 3, versículo 11.
Ou seja, Febe possuía excelência naquilo
que fazia, pois era uma mulher de Deus, cheia do Espírito Santo.
Febe cuidava de Paulo e dos demais, sendo
hospitaleira e cuidadosa. Febe também era generosa e hospitaleira, tendo
ajudado a muitos crentes, incluindo o próprio apóstolo. Acredita-se esse
cuidado de Febe incluía assistência financeira e obras de caridade.
Nesse grupo de investir financeiramente na
obra de Deus, o médico Lucas nos apresenta, no capítulo 8: Maria Madalena,
Joana, Suzana e outras mulheres anônimas que prestavam assistência a Jesus com
os seus bens.
FEBE TINHA VIDA COM DEUS.
Naqueles dias havia um grande número de cristãos
impostores, que fingiam ser cristãos. Esses pseudos-cristãos exploravam a
bondade das pessoas, pedindo doações financeiras, narrando histórias
fraudulentas. Logo, a carta de apresentação servia como garantia do caráter do
indivíduo.
É uma verdade irrefutável que Febe era uma
cristã genuína, uma mulher de Deus. Febe estava na vanguarda das mulheres do
seu tempo.
Em meio a uma cultura extremamente
machista, em que a maioria das mulheres tinha a sua vida social dedicada a
servir ao marido e dar-lhe descendentes, nota-se que Febe fez parte
de um seleto time de mulheres que fizeram a diferença, quebrando paradigmas da
sua época, mulheres que não se contentaram em ficar com águas nos tornozelos,
antes, mergulharam em águas profundas, permitindo-se serem usadas na mão de
Deus .
Anderson Vieira
Por Litrazini
Graça e Paz
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