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terça-feira, 2 de outubro de 2018

RENÚNCIA


Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Lc.14.33

“Vai, vende tudo o que tens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu”. Nunca poderemos saber o que poderá ter pensado o moço rico, quando com o semblante entristecido, retirou-se da presença de Cristo.

Em toda a parte do Evangelho ressoa a palavra renúncia. Ela está presente a partir da encarnação e segue até a cruz. É a renúncia que levou o Filho de Deus à manjedoura, o fez crescer em condição humilde, o conduziu em peregrinação pelas terras áridas da Palestina e o colocou finalmente, perante Pilatos.

Ele renuncia aos exércitos de anjos para que o livrem. Ele renuncia seu poder sobre a vida e se deixa matar. E é neste renunciar tudo que Ele chega ao ponto mais baixo da humilhação, para depois ser feito Senhor e Cristo. Não existe maior descrição de eventos causadas pela renúncia, do que a feita por Paulo em Fp 2.6-11.

MAS PORQUE É  PRECISO RENUNCIAR?.
primeiramente porque a vontade humana é rebelde e contrária à vontade divina. Por isso o “faça a sua vontade, assim na terra como no céu” precisa ser entendido como uma confissão de renúncia, e não como uma simples cláusula do “Pai Nosso”.

Importa renunciar porque por si mesmo a pessoa se apega a isso ou a aquilo, amarrando sobre si pessoas e coisas que o impendem de dedicar-se inteiramente a Deus. Devemos nos libertar das teias que nos impedem a plena dedicação de que nos fala Hb 12.1.

Porque é condição primordial para todos aqueles que desejam ser verdadeiros discípulos de Jesus. Ele mesmo diz que o discípulo não está acima de seu mestre, e impõe uma condição essencial: negue-se... renuncie.. e será discípulo de Jesus. (Mt 11.29-30 e Lc 9.23).

OS IMPEDIMENTOS A RENUNCIAR:

É fácil considerar que é preciso renunciar para ser cristão, segundo a determinação de Jesus: TUDO. Por ser um Reino absoluto e absolutista o Reino de Deus não admite qualquer concorrente que lhe roube o amor, o interesse e envolvimento humano. (Ex 20.3 e Mt 10.37).

APEGO ÀS PRIORIDADES PORTÁVEIS: a ânsia pela posse de bens, qualquer que seja a sua natureza, toma conta de tal maneira do coração humano que ele esquece de tudo o mais, especialmente dos princípios de justiça da igualdade e dos valores superiores (Mt 6.33).

LIGAÇÕES SENTIMENTAIS:  podem as ligações sentimentais legítimas do ser humano constituírem-se  impedimentos a ser renunciado? Certamente que sim. Jesus se referiu à família como tropeço para isto. Os amigos e qualquer laço de amizade, que assume todo o nosso sentimento de afeto e carinho maior do que oferecemos a Deus, precisa ser renunciado.

AS NOSSAS OPINIÕES E VONTADES: aquele que impõe sua opinião ou vontade, como se fosse o dono da verdade, o soberano, etc. precisa renunciar o seu EGO e render-se a Cristo para que a vontade de Deus domine a sua. É preciso que a nossa vontade se harmonize com a vontade de Deus que é perfeita, boa e agradável.

AS ATITUDES INTERIORES E EXTERIORES: todas as atitudes que são incompatíveis com o Reino de Deus devem ser renunciadas. O orgulho, a vaidade e o preconceito são talvez a raiz da maioria das obras da carne (Gl 5.19-20).

Basicamente o cristão terá que renunciar ao controle do seu “eu” para não sucumbir-se as manifestações que voltam contra o Espírito de Deus. Para que seus próprios interesses e desejos não façam de si mesmo o centro de tudo e o mais alto de todos os valores. Assim será preciso render-se totalmente a Cristo e entregar a Ele o controle de todas as coisas, para não satisfazerem seus particulares interesses e sim os interesses do Reino de Deus.

É somente quando isso acontece que a pessoa é capaz de esquecer de tudo o mais e estar pronta aos sacrifícios que o Reino exige. Só assim se compreenderá a disposição de oferecer-se à própria morte, renunciado assim aquilo que lhe permite todas as suas opções, isto é, a vida. 

Por isso é que Jesus, em exigência final, diz estar pronta a pessoa para renunciar ao pai, a mãe, mulher, filhos, irmãos, etc,  e ainda mais: é preciso estar pronto a dar... “ainda a sua própria vida”(Lc 14.26) para poder ser discípulo de Jesus.

Transcrito Por Litrazini
Graça e Paz

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