Vivemos
em tempos de materialismo religioso. Explico. Trata-se de uma sociedade onde a
grande prioridade é ter, possuir a corrida do consumo, é o grande anseio da
alma das pessoas. O mercado tornou-se uma grande divindade; atender suas
exigências tornou-se a grande cerimônia religiosa dos nossos dias. Alcançar o
bem material desejado torna-se uma grande compensação. As igrejas se rendem a
ele.
A
salvação é a prosperidade, é o possuir um negócio próprio, uma casa, um carro.
Não consigo ouvir em nenhum dos testemunhos contemporâneos na televisão a
genuína alegria de encontrar Cristo, e a esperança da eternidade com Deus. Está
tudo descrito em bens materiais.
Deus
é instrumentalizado para o consumo, e, com isso, Deus, também, foi posto ao
serviço do mercado. Está certo isso? Estaria salva uma pessoa que tendo
aceitado Jesus continuasse desempregada? Segundo algumas teologias, a resposta
seria não.
Mas
qual é a teologia dos Evangelhos? Antes de responder, deixem-me citar o Pr.
David Wilkerson: “Acredite ou não, muitas pessoas de bem que estão envolvidas
em realizar empreendimentos maravilhosos, não irão para o céu. Pior que isso;
muitos que se consideram cristãos e estão convencidos de que irão para o céu
ficarão de fora, mesmo não estando envolvidos em pecados grosseiros como
pornografia, e outros moralmente condenáveis”.
O
que tem a ver esta afirmação de David Wilkerson com o que falávamos? Simples,
Jesus não é uma opção religiosa, entre diversos outros que o mercado oferece,
quase sempre segundo o conceito: O que eu ganho com isto?
Jesus
nos ensinou: “Muitos, naquele dia, hão
de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome,
e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos
milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de
mim, os que praticais a iniquidade.” (Mt 7.22-23).
A
salvação no Evangelho pode representar a renúncia às posses, como foi no caso
de Zaqueu: “Entrementes, Zaqueu se
levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus
bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.
Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é
filho de Abraão.” (Lc 19.8-9). Aqui, fica claro que é Jesus como autor da
salvação que espera que tiremos do nosso coração nossos ídolos; aquilo que mais
almejamos deve dar lugar a ELE. Zaqueu perdeu a riqueza para ganhar Cristo e a
Salvação. O contrário do jovem rico (cf. Lc 19.18-23).
Por
isso a religião de Cristo rompe com o mercado, o consumo. Quantas vezes temos
deixado de ofertar a missões, a projetos sociais porque estamos economizando
para comprar um vestido novo, um carro mais novo, ou mesmo um aparelho de
televisão? Ou como igreja local priorizamos uma guitarra nova a investir na
congregação da periferia, ou mesmo ajudar famílias mais carentes. Vede o ensino
do discurso missionário de Jesus. (Cf. Mt 10.5-10).
Assim,
o discípulo, sua salvação está relacionada à afirmação de Jesus no Sermão do
Monte: “Buscai, pois, em primeiro lugar
o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” (cf.
Mt 6.33).
Sim,
seguir o ensino de Jesus conforme viveu Paulo: “Logo já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver
que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si
mesmo se entregou por mim.” (Gl 2.20).
Sim,
Jesus como prioridade, fé centrada nele, valores orientados por seu Evangelho e
uma viva dependência de sua graça salvadora são caminhos da salvação.
Paulo
Lockmann
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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