“Logo, para que é a
lei? Foi ordenada por causa das transgressões, ATÉ que viesse a posteridade a
quem a promessa tinha sido feita, e foi posta pelos anjos na mão de um
medianeiro. Mas, antes que a promessa viesse, estávamos guardados debaixo da
lei e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar. De maneira que a
lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que, pela fé, fôssemos
justificados. Mas, depois que a fé veio, já não estamos debaixo de aio” (Gl
3.19-25)”.
“A
palavra traduzida “lei” (gr. nomos; hb torah) significa “ensino” ou
“instrução”. O termo lei pode referir-se aos Dez Mandamentos, ao Pentateuco ou
as qualquer mandamento no Antigo Testamento. O uso por Paulo da palavra “lei”
pode incluir o sistema sacrificial do concerto mosaico. A respeito dessa lei,
Paulo, declara várias vezes:
(1) ELA FOI
DADA POR DEUS “POR CAUSA DAS TRANSGRESSÕES”, isto é, a fim de demonstrar que o
pecado é a violação da vontade de Deus, e despertar os homens a verem sua
necessidade de misericórdia, graça e salvação de Deus em Cristo (Gl 3.24; cf.
Rm 5.20; 8.2).
(2) EMBORA O
MANDAMENTO FOSSE SANTO, BOM E JUSTO (RM 7.12), ERA INADEQUADO, porque não conseguiu
transmitir vida espiritual nem força moral (Gl 3.21; Rm 8.3; Hb 7.18,19)
(3) A LEI
FUNCIONOU COMO “AIO” OU TUTOR DO POVO DE DEUS ATÉ QUE VIESSE A SALVAÇÃO EM
CRISTO (Gl
3.22-26). Nessa função, a lei revelou a vontade de Deus para o comportamento do
seu povo (Ex 19.4-6; 20.1-17; 21.1 – 24.8), proveu sacrifício de sangue para
cobrir os pecados do seu povo (ver Lv 1.5; 16.33) e apontou para a morte
expiatória de Cristo (Hb 9.14); 10.12-14).
(4) A LEI FOI
DADA PARA NOS CONDUZIR A CRISTO A FIM DE SERMOS JUSTIFICADOS PELA FÉ (Gl 3.24). Mas agora
que Cristo já veio, finda está a função da lei como supervisora (v.25). Por
isso, já não se deve buscar a salvação através das provisões do antigo
concerto, nem pela obediência às suas leis e ao seu sistema de sacrifícios. A
salvação. AGORA, tem lugar de conformidade com as provisões no NOVO CONCERTO,
a saber, a morte expiatória de Cristo, a sua ressurreição gloriosa e o
privilégio subsequente de pertencer a Cristo (vv. 27-29)”.
“Não cuides que vim
destruir a lei ou os profetas; não vem ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17).
“O
propósito de Cristo é que as exigências espirituais da lei de Deus se cumpram
na vida dos seus seguidores (Rm 3.31; 8.4). O relacionamento entre o
cristão e a lei de Deus envolve os seguintes aspectos:
(1)
A lei que o cristão é OBRIGADO a cumprir consiste nos princípios éticos e
morais do Antigo Testamento (Mt 7.12; 22.36-40; Rm 3.31; Gl 5.14), bem como nos
ensinamentos de Cristo e dos apóstolos (Mt 5.28.20); 1 Co 7.19; Gl 6.2). Essas
leis revelam a natureza e a vontade de Deus para todos e continuam hoje em
vigor. As leis do AT destinadas diretamente à nação de Israel, tais como as
leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas, já não são obrigatórias (Hb
10.1-4; e.g., Lv 1.2,3; 24.10).
(2)
O cristão não deve considerar a lei como sistema de mandamentos legais através
do qual se pode obter mérito para o perdão e a salvação (Gl 2.16, 19). Pelo
contrário, a lei deve ser vista como um código moral para aqueles que já estão
num relacionamento salvífico com Deus e que, por meio da sua obediência à lei,
expressam a vida de Cristo dentro de si mesmos (Rm 6.15-22).
(3)
A fé em Cristo é o ponto de partida para o cumprimento da lei. Mediante a fé
nEle, Deus torna-se o nosso Pai (cf. Jo 1.12). Por isso, a obediência que
prestamos como crentes não provém somente do nosso relacionamento com Deus como
legislador soberano, mas também do relacionamento de filhos para com o Pai (Gl
4.6).
(4)
Mediante a fé em Cristo, o crente, pela graça de Deus (Rm 5.21) e pelo Espírito
Santo que nele habita (Gl 3.5,14; Rm 8.13), recebe o impulso interior e o poder
para cumprir a lei de Deus (Rm 16.25,26; Hb 10.16). Nós a cumprimos, ao
andarmos segundo o Espírito (Rm 8.4-14). O Espírito nos ajuda a mortificar as
ações pecaminosas do corpo e a cumprir a vontade de Deus (Rm 8.13). Por isso, a
conformidade externa com a lei de Deus deve ser acompanhada pela transformação
interior do nosso coração e espírito (cf. Mt 5.21-28).
(5)
Os cristãos, tendo sido libertos do poder do pecado, e sendo agora servos de
Deus (Rm 6.18-22), seguem o princípio da “fé”, pois estão “debaixo da lei de
Cristo” (1 Co 9.21). Ao fazermos assim, cumprimos “a lei de Cristo” (Gl 6.2) e
em nós mesmos somos fiéis à exigência da lei.
(6)
Jesus ensinava enfaticamente que cumprir a vontade do seu Pai celeste é uma
condição permanente para a entrada no reino dos céus (Mt 7.21).
“Assim,
meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que
sejais doutro, daquele que ressuscitou de entre os mortos, a fim de que demos
fruto para Deus” (Rm 7.4).
“MORTOS PARA
A LEI –
Já não dependemos da Lei e dos sacrifícios do AT para sermos salvos e aceitos
diante de Deus (cf. Gl 3.23-25; 4.4,5). Fomos alienados da antiga aliança da
Lei e unidos a Cristo para a salvação. Devemos crer em Jesus (1 Jo 5.13),
receber o seu Espírito e a sua graça e, assim, receber perdão, ser regenerados
e capacitados para produzir fruto para Deus (Rm 6.22,23; 8.3,4; Ef 2.10; Gl
5.22,23; Cl 1.5,6)”.
(Os
comentários acima foram extraídos da Bíblia de Estudo Pentecostal).
Em
razão do que vimos, não se pode dissociar os Dez Mandamentos da Lei de Moisés.
As Dez Palavras fazem parte integrante da lei mosaica; inserem-se no Pentateuco
como vontade expressa de Deus. Moisés escreveu sob inspiração divina, porque
toda a Escritura é divinamente inspirada (2 Tm 3.16). Da mesma forma, todo o
Novo Testamento foi escrito sob o poder do Espírito Santo. Não mais vivemos sob
a tutela da Velha Aliança, pois “dizendo Nova aliança, envelheceu a
primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelheceu, perto está de
acabar” (Hb 8.13). Se a primeira aliança fosse irrepreensível, “nunca
se teria buscado lugar para a segunda” (Hb 8.7).
Fonte:
Palavra da Verdade
Por
Litrazini
Graça
e Paz
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