Muitos evangélicos já me
criticaram por causa de minha postura diante de questões políticas. A maior
parte das críticas dizia que cristão não podia envolver-se com política. No
entanto, todos os que fazem parte da Igreja de Cristo precisam entender que
pertencem a um contexto social.
A Bíblia apresenta o ser
humano como um ser biológico, psicológico, sociológico e espiritual, mas a
maioria dos evangélicos se limita a pensar sobre questões espirituais. Para
estes digo que não podemos espiritualizar tudo e pensar que somos anjos e ainda
não herdamos o céu.
Lamentavelmente, cresci
ouvindo muitos dizerem que política é coisa do diabo. Mas isso não é culpa dos
cristãos, e sim dos pastores que não ensinaram ao seu rebanho a importância de
exercerem a cidadania. Por causa disso, todos que estão em evidência, os
ministros, os políticos, os professores, os filósofos, a mídia e os artistas,
podem influenciar o povo a respeito das eleições. Mas o pastor não, porque isso
seria um equívoco.
Sempre fiz questão de
acompanhar projetos que estão diretamente ligados à família, à liberdade de
religião e de expressão e à saúde pública. Por diversas vezes, participei de
audiências públicas no Congresso Nacional. Em uma delas, somei forças para
ajudar a derrotar projetos que sancionavam o aborto e presenciei a discussão
sobre o estatuto da família, que realizou amplo debate a respeito de um projeto
de lei que favorece os homossexuais (o PL 122).
Faço isso porque gosto de
estar atento à realidade política, acompanhar os noticiários, informar-me sobre
os assuntos, analisar os fatos e participar das questões que influenciam a
nossa sociedade e ferem os princípios cristãos e da família. É um direito meu e
seu como cidadãos brasileiros e um privilégio, visto que muitas nações não
respeitam a democracia.
Por isso, é também de suma
importância termos pessoas que professam a nossa fé em cargos políticos, para
expor nossa necessidade, defender nossa posição a respeito dos assuntos em
pauta e defender leis que estejam em harmonia com a Lei de Deus.
Graças ao Senhor, os evangélicos
começaram a compreender que não vivem isolados na terra, e despertaram para o
exercício da cidadania. Afinal, existem questões para as quais não basta orar;
é preciso também agir. Usufruamos, então, da democracia, para debater ideias
até chegar a um consenso.
Claro que não alcançaremos
a unanimidade. Nem mesmo Jesus, com Sua surpreendente sabedoria e Seu senso de
justiça, agradou a todos. Mas, o que não podemos fazer é enclausurar-nos na
igreja e pensar que as decisões políticas não nos atingirão.
Faz parte do nosso dever de
cidadão ter uma firme e embasada opinião sobre os projetos, as leis e as
decisões que regem nosso país. Estamos debaixo da lei máxima que guia nossa
vida, a Palavra de Deus. Porém, enquanto estivermos na terra, deveremos respeitar
a Constituição que rege o Brasil.
Já que podemos discutir e
expressar nossa opinião, vamos apoiar as causas que defendem os princípios
cristãos e, principalmente, zelar pelo voto consciente durante os pleitos
eleitorais. Essa atitude significa sair da posição “isso não é comigo” e
praticar a cidadania.
Pr. Silas Malafaia - Verdade
Gospel
Transcrito por Litrazini
Graça e Paz
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