SE NÃO FOI A MAIOR em valor
envolvido e significado, com certeza a corrupção protagonizada por Judas
Iscariotes foi a mais divulgada na história da Humanidade. Está na Bíblia, o
livro mais lido de todos os tempos.
Na linguagem jurídica da atualidade, o Traidor cometeu o crime de “corrupção
passiva”. Ele usou do conhecimento que detinha sobre o local onde Jesus se
encontrava; sua condição de apóstolo era garantia de que podia se aproximar do
Mestre sem levantar suspeita; recebeu as trinta peças de prata e executou o
“ato de ofício”, isto é, entregou Jesus aos soldados, como combinara.
Judas responderia hoje também pelo crime de “formação de quadrilha”. Ele se
encontrou secretamente com os “príncipes dos sacerdotes” para acertar preço e
condições da traição e guiou-os até o local onde o Senhor se encontrava (Mt
26.14-16, 47-49; At 1.15).
O Traidor é acusado de mais um delito: o de ladrão. Como tesoureiro,
apropriava-se de recursos que lhe eram confiados (Jo 12.6). Pelo visto, não
guardara em seu coração as sábias palavras de Jesus, sua doutrina
revolucionária, conselhos e exortações. Fazia parte dos Doze, mas era um
estranho no ninho. Seu ardente desejo era ser muito rico, possuir muitos bens,
certo de que não seria descoberto nem punido.
Trinta moedas de prata mais o que subtraíra da “bolsa” já era um bom começo. De
ilicitude em ilicitude, preparou sua própria perdição. “Então, Judas, o que o traíra, vendo que [Jesus] fora condenado, trouxe,
arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos
anciãos, dizendo: Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que
nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata,
retirou-se e foi-se enforcar” (Mt 27.3-5).
Corrupção significa ato ou
efeito de subornar, vender e comprar vantagens, desviar recursos, fraudar,
furtar em benefício próprio e em prejuízo do Estado ou do bem público. Seja
ativa, aquele que compra vantagens, ou passiva, aquele que vende, a corrupção é
um ato condenável em todos os aspectos.
Os corruptos desta era seguem semelhante trajetória de ascensão rumo à riqueza
e ao poder. Começam com pequenas falcatruas, pequenos atos desonestos. Sabem
que precisam de muito dinheiro para constituir uma organização criminosa. São
pacientes e persistentes.
Os passivos, como Judas, vendem suas consciências por muito pouco. São os que
estão na base da pirâmide. Outros os de maior grau de influência, em nível mais
elevado de poder e autoridade, exigem uma “reciprocidade” maior. Concordam em
que cada homem tem seu preço.
O julgamento de Judas estava prescrito de há muito: “Ai daquele homem [disse Jesus] por quem o Filho do Homem é traído. Bom
seria para esse homem se não houvera nascido” (Mt 26.24).
Os vendilhões da pátria, roubadores do dinheiro público já estão julgados.
Ainda que falhem a justiça dos homens, a de Deus é infalível, ou seja, “os ladrões não herdarão o reino de Deus”
(1 Co 6.10). Não passarão apenas uma temporada na cadeia, nem terão direito a
prisão domiciliar. O castigo no lago de fogo e enxofre é por toda a eternidade
(Ap 20.10). Alheios a essas advertências, os corruptos não sofrerão “a expectação horrível de juízo e ardor de
fogo”, de que fala Hebreus 10. 27. Pouco importa o que lhes acontecerá
depois da morte. Mas temem, sofrem e se angustiam diante da expectativa de se
abrirem as masmorras das prisões terrenas para recebê-los.
Ante a possibilidade de
serem julgados e condenados, os réus se arrependem? Sentem remorso? Difícil fazermos incursões na alma humana. Uma
coisa é certa: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” e receber a
condenação divina (Hb 10.31)
Pr. Airton Evangelista da
Costa – Fonte: Palavra da Verdade
Por Litrazini
Graça e Paz
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